O que é o teste de DNA?
O teste de DNA é basicamente é a leitura dos genes de uma pessoa. Saber qual é a sua estrutura, em quais cromossomos estão localizados, se estão modificados ou danificados.
Outros nomes
Esse exame também recebe o nome de mapeamento genético
Como é feito o teste de DNA
É necessário coletar amostras de algum fluido corporal que pode ser o sangue, saliva, unhas, fios de cabelo ou esperma.
Usando sofisticadas técnicas de laboratório, o DNA das amostras é isolado e então é procedido o mapeamento, que é feito por equipamentos chamados "Sequenciadores de DNA".
Os primeiros sequenciadores levavam meses para fazer o mapeamento genético e o custo era de milhares de dólares. Mas as coisas estão mudando nessa área. O mais novo sequenciador de DNA do momento, o NGS (sigla para Next Generation Sequencing), é capaz de mapear o genoma humano de dezenas de pessoas de uma só vez, com um resultado absolutamente preciso. O prazo de entrega do resultado cada vez é menor: certas leituras de DNA pela tecnologia NGS podem ser realizadas em menos de 24 horas.
Testes de paternidade
Nos testes de paternidade, o exame é realizado com amostras de DNA da criança, da mãe e do suposto pai. É possível também fazer o teste de paternidade na mulher ainda grávida de duas formas: testes não invasivos e testes invasivos.
Já o teste invasivo consegue pegar mais detalhes sobre o bebê, verificando doenças hereditárias e genéticas que ele pode ter.
Quanto tempo demora para sair o resultado?
Tudo depende do que está sendo analisado no teste de DNA. Sequenciamentos de todo o DNA, como os feitos nos testes de paternidade, podem demorar até 2 semanas. Já exames que procuram mudanças específicas no DNA podem demorar até menos de 24 horas.
Cuidados antes do teste de DNA
Não é necessário preparo especial antes da coleta das amostras para o exame de DNA. No caso de mulheres gestante, é preciso que seja uma gravidez de pelo menos 10 semanas (no caso do teste não invasivo) para que o resultado seja exato.
O material coletado deve ser acondicionado em um kit apropriado que o laboratório oferece para esse fim. A amostra deve ser conservada em temperatura ambiente e enviada ao laboratório com uma ficha preenchida com os dados da paciente e respectivo termo de consentimento informado.
Fatores que alteram o resultado do teste de DNA
Como o DNA de uma pessoa é único, ele não consegue ser alterado por drogas, álcool, medicamentos, alimentos, idade ou estilo de vida, nem mesmo por procedimentos cirúrgicos. No entanto, caso o paciente já tenha feito transfusão de sangue, isso deve ser avisado ao laboratório.
Possíveis resultados do teste de DNA
Normalmente o laudo de um exame de DNA trará quais os genes e cromossomos foram estudados e a análise do geneticista sobre eles. Os resultados são apresentados em relatórios simples e claros.
Em exames para definir a paternidade o resultado é sempre comparativo. Metade do DNA do bebê vem da mãe e a outra metade do pai biológico. Depois de especificar os DNAs do pai e da mãe, faz-se a comparação com o DNA do bebê.
É preciso primeiramente tentar excluir a paternidade com as informações obtidas no laboratório, após a caracterização de várias regiões do DNA. Quando quatro ou mais discrepâncias são verificadas, a hipótese de paternidade é excluída por ser impossível.
No entanto, se não há a exclusão da paternidade, aí então começam os cálculos para pesquisar a inclusão ? o resultado positivo de paternidade.
O teste de DNA para paternidade pode dar um resultado falso-positivo ou falso-negativo?
Os testes de paternidade podem ter resultados falsos - tanto positivos, quanto negativos.
Os falso-negativos podem ocorrer devido à troca de amostras, ou negligência na operacionalização do exame, gerando interpretação duvidosa. Outra razão para um falso-negativo pode ser a ocorrência de mutações genéticas, mas este é um fato muito raro que não passa despercebido por um perito experiente, que usará mais marcadores genéticos até que o resultado - positivo ou negativo - seja inequívoco: acima de 99,999%.
Já os resultados falso-positivos são muito mais raros, mas podem ocorrer devido interpretação mal-feita pelo perito, uso de técnica inadequada ou pelo baixo número de marcadores genéticos utilizados.
Um bom laboratório de genética utiliza mais de 15 marcadores para garantir o nível de certeza de 99,999%.
Perguntas frequentes
Qual médico eu preciso procurar para solicitar um exame de DNA?
Resposta: Para realizar um exame de paternidade, não é necessário passar por uma consulta médica. Basta procurar por um laboratório de sua confiança e agendar o exame. Caso tenha mais dúvidas sobre genética e hereditariedade, um médico geneticista é o mais indicado.
É possível fazer teste de DNA ainda na gravidez? Como ele é realizado?
Resposta: Sim, é possível realizar o exame de paternidade antes mesmo do nascimento do bebê. O teste pode ser feito de duas maneira, a invasiva e a não invasiva. No exame invasivo, há a coleta de líquido amniótico ou do vilo coriônico por um ginecologista, e esse material é analisado pelo laboratório. No exame não-invasivo, coleta-se sangue materno, como em uma coleta de sangue normal. Nesse caso são analisados pequenos fragmentos de DNA do bebê que circulam na corrente sanguínea da mãe.
Quanto costuma custar um teste de DNA?
Resposta:Os testes de DNA costumam variar entre 400 e 1.000 reais. Essa diferença pode se dar pela localidade do laboratório, o número de marcadores genéticos analisados, ou o prazo do exame.
Fios de cabelo servem como material para teste de DNA?
Resposta: Sim, alguns laboratórios conseguem analisar materiais como fios de cabelo e unhas para estabelecer o vínculo biológico entre pessoas.Como o DNA é praticamente o mesmo em todas as células de nosso corpo, o exame pelo bulbo capilar e pelo sangue dará o mesmo resulta.
É preciso ordem médica ou judicial para fazer o teste de DNA?
Resposta: Ao contrário de exames ligados à saúde, não é necessário pedido médico ou judicial para realizar o exame de DNA em laboratórios privados, basta agendar em um laboratório de sua confiança. No entanto, ordens judiciais costumam ser necessárias para realizar os testes custeados pelo governo.
Referências
Revisado por: Ciro Martinhago, geneticista, CRM 102030/SP
Ricardo di Lazzaro Filho, geneticista, CRM 168524/SP