Apesar de tratamentos terem avançado entre a população em geral, afrodescendentes têm mais dificuldade para controlar a doença.
A hipertensão segue sendo o principal fator causador de acidentes vasculares cerebrais (AVCs) no mundo todo. Nos últimos 20 anos, essa participação vem sendo gradualmente reduzida, em decorrência do desenvolvimento de novas drogas e tratamentos, entre outras medidas preventivas que concorreram para o maior controle da pressão arterial entre a população em geral. Porém, esse impacto positivo não alcançou de forma simétrica brancos e negros. Os dados são parte da pesquisa desenvolvida pelo cardiologista Wilson Nadruz Júnior, professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), junto a pesquisadores da Harvard Medical School. O trabalho rendeu um artigo que foi publicado pela The New England Journal of Medicine.
A investigação de Nadruz foi feita baseada em um estudo norte-americano denominado de Atherosclerosis Risk in Communities (ARIC), que desde 1987 tem acompanhado as características clínicas de uma população formada por 15 mil pessoas. Ao longo desse tempo, os pesquisadores têm registrado informações sobre esse contingente, como características clínicas, exames, medidas de pressão e eventuais intercorrências cardiovasculares. No caso da pesquisa conduzida pelo docente da FCM-Unicamp, foram considerados os dados registrados pelo levantamento entre 1990 e 2010.
O principal objetivo do pesquisador foi analisar se as contribuições dos cinco principais fatores de risco para o AVC (hipertensão, tabagismo, diabetes, colesterol alto e obesidade) haviam mudado com o decorrer do tempo. “A nossa hipótese é de que poderiam ter ocorrido alterações nesse sentido, dado que nos últimos 20 anos a população modificou hábitos e a medicina desenvolveu novas drogas e tratamentos”, explica Nadruz.
Fonte: Unicamp: http://www.unicamp.br/…/hipertensao-e-mais-persistente-entr…