Entender como a Covid-19 afeta crianças é vital para controlar pandemia


Segundo especialistas, estudar como o novo coronavírus atinge essa faixa etária pode ajudar a desenvolver tratamentos e métodos preventivos

 
Quando o assunto é o novo coronavírus, muito se fala sobre as pessoas com mais de 60 anos, que fazem parte do grupo de risco. Entretanto, segundo especialistas da Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos, é preciso focar também das crianças se quisermos compreender melhor a Covid-19.
 
"Muitas doenças infecciosas afetam crianças de maneira diferente do que os adultos, e o entendimento dessas diferenças pode gerar informações importantes", escrevem os autores em uma declatação no periódico Pediatrics. "Isso provavelmente será verdade para o Covid-19, assim como foi para as doenças infecciosas mais antigas."
 
Os autores do estudo, Steven L. Zeichner e Andrea T. Cruz, observam que existem subgrupos de crianças que parecem estar em maior risco de complicações com Covid-19, principalmente aquelas mais jovens, imunocomprometidas ou com outros problemas de saúde pulmonar, como asma. 
 
No entanto, a presença de outras infecções virais em até dois terços das crianças afetadas pelo coronavírus dificulta a avaliação do verdadeiro efeito da doença nessa faixa etária. Ainda assim, Cruz e Zeichner advertem que crianças, mesmo assintomáticas, podem desempenhar um "papel importante" na transmissão da doença.
 
“Como muitas crianças infectadas com Covid-19 parecem ter sintomas leves ou até mesmo não apresentam sintomas, é importante praticar todas as distâncias sociais, higiene e outras precauções recomendadas pelas autoridades de saúde pública para minimizar a transmissão de crianças para outras pessoas", disse Zeichner, em comunicado. "Isso inclui distancia de membros da família que podem estar em maior risco de infecção, como avós ou familiares com condições médicas crônicas."
 
De acordo com os cientistas, estudar os efeitos do novo coronavírus nas crianças também é essencial para compreender como a infecção evolui de fato. "Estudos sobre as razões pelas quais as crianças são afetadas de maneira diferente dos adultos podem produzir informações úteis para compreender a doença e maneiras de tratá-la ou preveni-la", pontuou Zeichner.
 

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