8 atitudes que ajudam a ter longevidade, mas adotamos menos ao envelhecer
Não é novidade que a população idosa cresce ano a ano e as pessoas estão preocupadas em adotar hábitos saudáveis para viver mais e melhor.
Porém, à medida que o tempo passa, naturalmente deixamos de lado muitas atividades que ajudam a prevenir doenças, melhorar o bem-estar físico e mental e garantir uma vida mais longeva. A seguir, mostramos algumas coisas que você deve procurar fazer sempre para ter autonomia e saúde na terceira idade.
Manter o corpo ativo no dia a dia
É natural ficarmos mais sedentários conforme envelhecemos, e aqui estamos falando de todos os movimentos que uma pessoa faz no dia a dia, não só a malhação em si. Manter um bom nível de atividade física diária —ou seja, treinar regularmente e também ir andando à padaria, caminhar na hora do almoço, trocar o elevador por escadas — é importante para minimizar a perda de resistência cardiovascular, de massa magra e de coordenação motora que acontece naturalmente com o passar dos anos, além de evitar o ganho de peso. Isso reduz o risco de problemas como quedas, fraturas, obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol alto, grandes vilões da longevidade. O exercício ainda libera substâncias que melhoram o humor e trazem bem-estar, combatendo a depressão. Em qualquer idade, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda pelo menos 150 minutos de atividade leve a moderada por semana —e para cumprir essa cota vale somar todos os movimentos que você faz. "Mas isso não quer dizer que o idoso só deve fazer hidroginástica e exercícios de baixo impacto. Atividades que envolvam peso, força e resistência, como musculação, em médio e longo prazo reduzem dores articulares, aumentam a massa magra (evitando a sarcopenia) e previnem doenças cardiovasculares", esclarece Natan Chehter, médico geriatra da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Conviver com os amigos
Aposentadoria, dificuldades de agenda, cansaço para sair à noite ou no fim de semana, redução da mobilidade e a morte de pessoas queridas são só alguns dos motivos que vão fazendo a gente reduzir pouco a pouco as interações sociais. Porém, saiba que ter momentos frequentes com os amigos é importante para melhorar o humor e combater a depressão. Também previne doenças cardíacas, pois o hormônio ocitocina, responsável por estimular interações entre as pessoas, reduz os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea, diminuindo a probabilidade de infarto e AVC.
Para manter círculos de amizade ou criar novos vínculos sociais, você pode investir em cursos, participar de grupos de viagem e fazer esportes coletivos (ou até mesmo individuais, como corrida e ciclismo, que as pessoas praticam em grupos), por exemplo.
Fazer sexo
A diminuição da libido é natural conforme envelhecemos, devido à redução na produção dos hormônios sexuais —o que leva não só à redução de desejo, como também à falta de lubrificação vaginal, no caso das mulheres, e dificuldades de ereção, nos homens. Mas saiba que manter-se sexualmente na terceira idade eleva a sensação de prazer e bem-estar, o que ajuda os idosos a aproveitarem melhor a vida, segundo estudo publicado na revista Sexual Medicine. E a melhor forma de fazer com que o sexo continue sendo rotina é praticar, o que estimula a produção dos hormônios sexuais, a libido e eleva a autoestima. Mulheres que continuam a se masturbar e transar, por exemplo, têm menos dores durante a penetração e sentem mais desejo.
Diminuir o consumo de bebidas e cigarro
Todos sabemos que o álcool e o tabaco são grande inimigos da saúde e estão associados a problemas como câncer, pressão alta, infarto, AVC, impotência sexual. No entanto, muitas pessoas que mantêm o hábito de fumar ou beber por boa parte da vida tendem a não se preocupar em abandoná-lo quando envelhecem, por achar que é tarde demais. Isso é um engano: ao deixar os vícios de lado você vai obter benefícios que vão desde a diminuição nos prejuízos à saúde cardiovascular e pulmonar até a redução no aparecimento de rugas.
Exercitar o cérebro
Especialmente após aposentadoria, muitas pessoas não se preocupam em aprender coisas novas ou ao menos manter as atividades intelectuais que já estão acostumadas as fazer. No entanto, continuar exercitando o cérebro é importante para reduzir o risco de demências, como Alzheimer. "E você pode fazer isso com atitudes simples, como ler e fazer passatempos (palavras cruzadas, por exemplo) ou até mais complexas, como aprender uma nova língua", sugere Fabio Porto, neurologista comportamental do Hospital das Clínicas. Assim, é possível estimular o raciocínio, a memória e a concentração.
Cuidar da alimentação
"Eu comi de tudo a vida inteira, não é agora que vou me preocupar em fazer dieta." Está aí mais um erro que prejudica a longevidade. Quando envelhecemos, nosso metabolismo tende a diminuir e o corpo gasta menos energia para realizar as mesmas atividades. A falta de uma alimentação adequada leva ao acúmulo de gordura corporal e ao aumento no risco de problemas metabólicos (hipertensão, colesterol alto, resistência à insulina). Tente manter a vida inteira uma dieta rica em alimentos naturais (verduras, legumes, carnes, peixes, frutas) e pobre em doces, frituras, fast-food e comidas ultraprocessadas.
Dormir bem
Você já deve ter ouvido falar que os idosos dormem pouco. Realmente, por questões hormonais, nosso corpo passa a necessitar de menos tempo de sono conforme envelhecemos —mesmo assim, após os 65 anos são necessárias de seis a oito horas de sono, segundo a National Sleep Foundation (Estados Unidos) "Apesar do período de sono no idoso ser mais reduzido, não quer dizer que ele pode ser prejudicado", lembra Chehter. Se você não dorme bem por problemas como insônia, apneia do sono, dores crônicas etc., é importante procurar um médico para tratar a condição.
Lembre-se que cumprir as horas adequadas de sono é importante para recuperar o organismo e acordar energizado para encarar o próximo dia. Além disso, dormir pouco aumenta o estresse no organismo e eleva o risco de obesidade, hipertensão e doenças do coração.
Ter um propósito
Quando somos jovens temos vários planos: terminar a faculdade, casar, ter filhos, comprar uma casa na praia... Para cumprir essas metas, nos motivamos a cuidar da saúde, estudar, ser mais produtivos no trabalho, aumentar os vínculos sociais —fatores essenciais para a saúde física e mental. Porém, conforme envelhecemos e alcançamos esses objetivos, a tendência é nos acomodarmos e deixar de criar novos propósitos. Especialmente após a aposentadoria, isso pode trazer aquela sensação de que o idoso não tem mais tanta serventia, afetando a sua autoestima e gerando problemas como o afastamento social e depressão.
Portanto, procure sempre ter vários propósitos. Pode ser, por exemplo, aprender uma atividade que sempre sonhou e nunca teve tempo quando jovem (tocar piano, desenhar); praticar esportes e até disputar competições; montar um grupo de leitura para crianças e por aí vai...
Outras fontes consultadas: Rafael Canineu, geriatra do laboratório Delboni Auriemo.Rafael Canineu, geriatra do laboratório Delboni Auriemo; Rodolfo Favaretto, urologista formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo) e especialista pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia).
Fonte: Viva Bem - UOL